O movimento sindical dos trabalhadores e 
trabalhadoras rurais (MSTTR) está em um 
momento de extrema importância para garantir novas 
conquistas e avançar na luta pela reforma agrária e 
pela valorização da agricultura familiar. Com o 
Grito da Terra Brasil 2007, o movimento coloca 
na mesa de negociações pontos cruciais para o 
desenvolvimento do campo. 
 
Entre as reivindicações está o aumento de R$ 2 
bilhões para financiamentos no Programa Nacional de 
Fortalecimento da Reforma Agrária (PRONAF) no 
Plano Safra 2007-2008, passando dos R$ 10 bilhões da 
safra anterior para R$ 12 bilhões. 
 
O MSTTR quer a suplementação de R$ 90 milhões 
no orçamento destinado à Assistência Técnica e 
Extensão Rural (ATER) este ano e R$ 600 
milhões para o orçamento de 2008, além do aumento de 
R$ 20 mil para R$ 40 mil no limite para a concessão 
de financiamentos sem exigência de garantias reais. 
Propomos, ainda, a redução de juros pela metade para 
os financiamentos do PRONAF e 
reivindicamos medidas mais ousadas do governo para a 
reforma agrária, fixando meta de 250 mil 
assentamentos anuais nesta segunda gestão de Lula.
 
O governo precisa assumir metas, pois apenas dessa 
forma seremos capazes de avaliar a política de 
reforma agrária. Outra reivindicação essencial diz 
respeito à atualização dos índices de produtividade 
rural. Entendemos que essa deve ser uma posição do 
presidente da República. O governo tem focado na 
compra de grandes fazendas, que poderiam ser 
desapropriadas se os índices estivessem atualizados.
 
Questões relacionadas ao crédito também estão na 
pauta. Esperamos aumento de recursos para 
assistência técnica, com ações que resultem na 
valorização dos produtos da agricultura familiar. A 
ausência de assistência técnica crescente 
proporcional ao PRONAF torna o crédito 
desinteressante, pois a falta de planejamento e de 
assistência técnica adequada resulta em dívidas. A 
demanda não é apenas por mais recursos para custeio, 
é por crédito dirigido, sobretudo, ao investimento e 
ao financiamento da infra-estrutura.
 
A violência no campo, contra o conjunto dos 
trabalhadores e contra as mulheres, é outro ponto 
central da nossa pauta de reivindicações do Grito da 
Terra Brasil 2007. 
Temos, também, enfatizado a necessidade da 
construção de políticas que fortaleçam a capacidade 
produtiva dos trabalhadores rurais, para dar mais 
dignidade, liberdade e vida saudável, de gente, para 
os homens e mulheres que vivem no campo. 
 
As demandas estão apresentadas. Vamos, a partir de 
agora, manter um processo permanente de mobilização, 
pressão e negociação. Os direitos da classe 
trabalhadora dependem fundamentalmente da nossa 
união, mobilização e luta. A CONTAG vai 
mobilizar lideranças sindicais, representantes das 
comissões de jovens e mulheres, dirigentes das 
FETAGS e dos STRs em Brasília a partir de 
21 de maio.
 
 
Manoel José dos Santos, 
presidente da CONTAG