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O vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (Contac/CUT) e presidente da Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp), Elio Neves, foi preso nesta sexta-feira (9) no interior paulista por determinação da Polícia Federal.

 

O mandado de prisão temporária expedido pelo juiz Fábio Evangelista de Moura não explica as razões da absurda perseguição, que vem sendo repudiada pelo conjunto do movimento sindical brasileiro e internacional.

 

De acordo com Siderlei de Oliveira, presidente da Contac/CUT e do Instituto Nacional de Saúde no Trabalho (INST), "a medida atende unicamente os interesses dos grandes usineiros, que têm em Elio um inimigo que luta de forma altiva e combativa pelos direitos dos trabalhadores contra a super exploração que vêm sendo vítimas nas plantações de cana". "Muitos cortadores de cana na região de Ribeirão Preto, Araraquara e São Simão têm morrido por exaustão, mas em vez da polícia correr atrás dos seus assassinos, persegue justamente quem os combate e dá esperança e dignidade à luta por justiça", declarou Siderlei, sublinhando o exemplo de sobriedade e inteireza moral de Elio Neves.

 

Para Gerardo Iglesias, secretário da União Internacional dos Trabalhadores na Alimentação (UITA), "é inadmissível que no momento em que as democracias avançam na América Latina, virando a página de repressões e atropelos, tenhamos um dirigente sindical da estatura do Elio Neves atrás das grades".

Na avaliação de Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT e dirigente da agricultura familiar, "a prisão é totalmente extemporânea e representa a negação de qualquer senso de justiça, pois Elio é um homem solidário, que trabalha pelo bem comum".

 

Na semana passada outros 9 integrantes da Feraesp também foram presos. São eles: Adalberto Alves Martins, Antonio Ferreira da Silva, Cláudio Frequete de Almeida, Irma Maria Biscassa, Isaías Tavares de Souza, João Argemiro Marin, Lafayete Ramos dos Santos, Nivaldo Datrino, Regina Célia Teixeira de Oliveira e Sonilton Justino da Silva.

 

O advogado da FERAESP informou que trata-se de um inquérito policial que corre em segredo de justiça, acusando os trabalhadores e defensores dos direitos humanos de formação de bando e quadrilha em razão da luta histórica que desenvolvem contra os abusos no corte da cana e as denúncias em âmbito nacional e internacional da mortes por exaustão.

 

Leonardo Wexell Severo

CUT

9 de fevereiro de 2007

 

  

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