Dois mil
trabalhadores e trabalhadoras rurais ligados ao
Sindicato dos Trabalhadores de Juazeiro (BA) fizeram,
nesta segunda-feira (27), uma manifestação ao embargo da
Justiça à propriedade. Em outra ação, representantes da
CONTAG e do Sindicato de Juazeiro foram recebidos pela
juíza da 5ª Vara de Crime da Justiça Federal, Ana Paula
Mantovani, para tratar do assunto.
No encontro, que aconteceu em São Paulo, os
sindicalistas esclareceram à juíza a situação dos
trabalhadores na região. Segundo o secretário de
Assalariados e Assalariadas, Antônio Lucas Filho,
Ana Paula ficou de apresentar uma resposta ainda
hoje.
Desde que o proprietário da fazenda, o traficante
colombiano Juan Carlos Abadia, foi preso em São
Paulo no início de agosto, os trabalhadores e
trabalhadoras rurais ficaram sem emprego e salário, em
função do embargo da Justiça. Levantamento da Polícia
Federal sobre o patrimônio do traficante atestou que a
área da fazenda é de mil hectares e era usada para o
tráfico de drogas.
A fazenda Mariade empregava com carteira assinada os
trabalhadores fixos e safristas. Segundo Agnaldo
Meira, presidente do Sindicato de Juazeiro, os
funcionários não sabiam das irregularidades e viam na
fazenda uma boa oportunidade de emprego, já que o
patrão cumpria toda a legislação trabalhista.
Os dois mil trabalhadores rurais farão manifestação na
próxima quarta-feira (29) para reivindicar que a
Justiça assegure a colheita e venda das safras da uva e
da manga para efetuar o pagamento deles. Os
trabalhadores irão se concentrar na sede da empresa, às
8h, e percorrerão 5 km até o centro de Juazeiro.
A CONTAG reivindica na Justiça a nomeação de um
interventor para assegurar que a safra seja colhida e
vendida para efetuar o pagamento dos trabalhadores. A
confederação quer, ainda, a expropriação das terras para
a reforma agrária.
Agência
CONTAG de Notícias
28 de agosto de 2007 |
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