Colômbia

SINTRAINAGRO

Negociação Coletiva

Os desafios de sempre em um clima muito estranho

 

 

No próximo dia 24 de março, em Apartado (Antioquia), será instalada a mesa de negociação coletiva, integrada pelo SINTRAINAGRO, representando os trabalhadores e trabalhadoras no cultivo da banana, e pela AUGURA, que representa as 350 empresas do setor.

 

O Comitê Executivo da CUT registrou o relatório apresentado pelo presidente do SINTRAINAGRO, companheiro Guillermo Rivera Zapata, também integrante do Comitê Executivo Nacional da Central.

 

Rivera prevê que o clima de trabalho vai ficar estranho, uma desenfreada hostilidade em relação ao Sindicato e muitas dificuldades no processo de negociação do convênio. Os empresários produtores de banana já se encarregaram de enviar sinais negativos antes da negociação, não dando a mínima atenção aos avisos e exigências do SINTRAINAGRO para que sejam dissolvidas as cooperativas de trabalho associado e cessada a política de emprego temporário. Este ponto é de interesse prioritário na negociação e uma das principais reivindicações do Sindicato.

 

 

CORPOLIBERTAD1

 

O SINTRAINAGRO realizou o lançamento oficial de CORPOLIBERTAD, instituição que, a partir de agora, trabalhará na coordenação e na gestão para garantir às vítimas de violência  ̶ fundamentalmente da região de Urabá ̶  os direitos que lhes concede a Lei de Justiça, Verdade e Reparação. O ato, realizado no dia 7 de março passado, contou com o apoio de entidades cívicas, de direitos humanos e de alguns sindicatos do setor do comércio de Antioquia.

 

Representando o Governo Nacional, esteve presente o Vice-presidente da República Dr. Francisco Santos; Tarsicio Mora Godoy, presidente da CUT, foi quem encabeçou uma importante comissão da Central e de representantes das vítimas, estimados em cerca de 2.600 pessoas.

 

A notícia poderia ser estranha ao tema da negociação coletiva no setor de produção da banana, entretanto não é. A associação empresarial foi especialmente convidada e, como resposta, o SINTRAINAGRO recebeu uma lacônica comunicação argumentando problemas de segurança, problemas estes que o vice-presidente da República não teve, nem a delegação da CUT e nem um importante número de convidados de Antioquia e de vários pontos do país.

 

Os produtores de banana que, de forma displicente e argumento ridículo, se negaram a participar do lançamento de CORPOLIBERTAD, marcam assim sua falta de compromisso em matéria de Direitos Humanos. Uma forma de fugir de sua responsabilidade política, dado que, por ação ou omissão, estes empresários têm relação com os fenômenos de violência na região bananeira, em virtude da transnacional Chiquita Brands ter reconhecido que financiou grupos paramilitares para garantir uma suposta “segurança de seus funcionários”.

 

O procedimento do setor empresarial produtor de banana é, também, uma resposta antecipada à lista de reivindicações do Sindicato. Em um dos seus artigos propõe a criação de um fundo social para a reparação das vítimas da violência em Urabá, na sua absoluta maioria pertencentes à organização sindical.

 

A Solidariedade com o SINTRAINAGRO avança

 

A Executiva da Central Única não se fez esperar em sua resposta solidária, determinando que fosse realizada uma reunião na região de Urabá e estabelecida coordenação com o SINTRAINAGRO, para as ações relevantes destinadas a proteger e fortalecer a negociação coletiva.

 

Além disso, o SINTRAINAGRO recebeu da UITA mensagens de apoio irrestrito. A Internacional acompanhará o processo de negociação com uma campanha mundial de apoio e sensibilização pública articulando forças com organizações de consumidores. Nesta ação será exigido, tanto do Governo Nacional quanto dos empresários produtores de banana, que as justas reivindicações do SINTRAINAGRO sejam atendidas de forma responsável.

 

 

Luis Alejandro Pedraza e Gerardo Iglesias

Rel-UITA

            20 de março de 2009

 

 

 

1- CORPOLIBERDADE em sua tradução ao português. (N.T.)

 

 

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