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CONTAC/CUT realiza Encontro Internacional

 

A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (CONTAC/CUT) realiza nesta terça e quarta-feiras (17 e 18), no Hotel Estância Atibainha, em Atibaia, o Encontro Internacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Frango.

 

De acordo com o presidente da CONTAC, Siderlei de Oliveira, que também coordena o Instituto Nacional de Saúde do Trabalho (INST), um dos pontos chaves do encontro é o debate sobre medidas que modifiquem o ambiente de trabalho, a começar pela diminuição do ritmo imposto pela indústria avícola que, no caso brasileiro, é a campeã em doenças profissionais. "O produzir barato está muito caro para os trabalhadores do setor, está custando a sua saúde. O mais grave é o ritmo excessivo, insuportável mesmo, pois multiplica as doenças profissionais, as lesões por esforço repetitivo, provocando inclusive, mutilações", denunciou.

 

Para Siderlei, a presença de sindicalistas de vários países tem como principal objetivo uma troca de experiências e soluções para o problema das doenças profissionais do setor, mantendo uma maior integração com a UITA (União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação).

 

"Se alguém produz, alguém como. No caso do frango, o principal da exportação vai para os países europeus e do Oriente Médio. Nosso encontro também pretende criar uma articulação com os consumidores europeus, para que tomem conhecimento de como é produzido o frango barato que consomem", acrescentou Siderlei.

 

Umidade, frio, calor, ruído, vapor e amônia são os agentes insalubres, que trazem inúmeros riscos como queimaduras, intoxicação e contaminações, o que exige maior atenção dos trabalhadores e sindicalistas para os sintomas. "Tendinite, tenossinovite e síndrome do tunel do carpo estão entre os principais flagelos dos trabalhadores", ressaltou.

 

Conforme a CONTAC, apenas as quatro principais indústrias avícolas de exportação empregam mais de 200 mil trabalhadores em nosso país, de um total de cerca de meio milhão. A primeira é a Perdigão, com 56 mil; seguida pela Sadia, 52 mil; Seara/Cargill, 23 mil e Doux/Frangosul, 9 mil. Nos últimos três anos, o setor teve um aumento de 30 mil novos postos de trabalho, apresentando um alto percentual de associados aos sindicatos: 70%.

 

As denúncias de abusos e práticas anti-sindicais contra empresas como a Cargill, por exemplo, são uma constante, com a Justiça sendo reiteradamente acionada para coibir excessos e garantir que a multinacional norte-americana respeite a legislação.

 

O evento começou nesta terça, às 9 horas, com a presença de Geraldo Iglesias, secretário para a América Latina e Caribe da UITA; de Rosane Bertotti, secretária de Comunicação da CUT nacional; do INST, da CNTA e da Tie Vida Viva.

 

Está prevista uma apresentação e debate sobre o mercado e condições de trabalho do setor nos diferentes países, com a participação de representações da Argentina, Equador, Estados Unidos e Uruguai. Trabalhando em grupos, os sindicalistas vão trocar análises, dados e informações sobre média salarial, benefícios, pausas e revezamento, condições de trabalho e principais problemas que afetam a saúde, encerrando com formas e estratégias de enfrentamento.

 

Leonardo Severo

CUT

18 de junho de 2008

 

 

 

 

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