Antes de apresentar o relatório sobre o processo de
negociação e assinatura do novo Convênio que vigorará
por dois anos, o Secretário Geral do SUT, Daniel
Reyes Sánchez, agradeceu a presença de um membro do
departamento de Imprensa da
Rel-UITA
e o apoio que a Internacional ofereceu ao longo do
conflito com a empresa. Além disso, recordou a todos os
presentes o significado de fazer parte de um sindicato e
a importância de se manter uma atitude firme e sem
vacilações frente às investidas da transnacional.
“Se é certo que as empresas transnacionais vêm ao nosso
país e geram emprego, e agradecemos por isso, ao mesmo
tempo sabemos perfeitamente que não poderia existir
nenhuma empresa sem a participação dos trabalhadores e
das trabalhadoras”. Sabemos também que, para o
empresário, pouco importam os direitos humanos do
trabalhador, e nós temos o exemplo de
Rolando
Calero,
despedido injustamente depois de sofrer um grave
acidente de trabalho, e hoje nos tribunais, onde
continuamos lutando por sua reintegração.
Nossa obrigação, como trabalhadores e trabalhadoras, é
de procurar a unidade, lutar por nossos direitos com
firmeza, participando de todas as atividades do
Sindicato. “É tempo de sermos solidários entre nós,
realizando nosso trabalho com honradez, eficiência e
retidão”, afirmou Reyes em sua primeira intervenção.
Durante a Assembléia realizada no último domingo 18,
foram analisados os pontos mais importantes do Convênio
Coletivo, onde vários avanços foram conquistados. Entre
outros pontos, foi garantida a estabilidade no trabalho,
foram conseguidos incrementos nas bolsas para despesas
escolares, bem como nas bonificações de “Assistência
Perfeita” e Produtividade. Também foi conseguido um
aumento na liquidação no momento da aposentadoria e uma
revisão dos salários a cada 1º. de abril.
Quase no final da atividade, Daniel Reyes tomou
novamente a palavra e manifestou: “Quero enfatizar um
aspecto. Nesta atividade estamos entregando a vocês uma
cópia do Convênio Coletivo, para que cada um de vocês
possa lê-lo e estudá-lo com muita atenção. Foi a custa
de muito sacrifício, mas finalmente conseguimos. Devemos
manter presente que as conquistas não vêm por si sós,
são conquistadas lutando com muito suor, todos os dias.
Agora, a tarefa de todos e todas será defendê-lo. Não
devemos nos esquecer de 1978 e 1979, quando quatro
companheiros caíram lutando por este projeto. Foram
assassinados pelo fato de exigir a discussão de um
Convênio Coletivo com a empresa, mas a Guarda
Somozista não perdoou, e por isso morreram. Em nosso
gabinete no sindicato há uma placa que recorda estes
queridos companheiros.
Hoje não existe a Guarda Nacional de Somoza, mas
existem os que compram consciências, os que vivem
violentando os princípios elementares da classe
trabalhadora. Somos assalariados, somos gente humilde,
do povo, gente de bairro. Assim nascemos e assim vamos
morrer, com dignidade e seguindo nossos princípios”,
concluiu Reyes.
No final da atividade, a Assembléia geral, por
unanimidade, decidiu apoiar a Junta Diretora que saía
para um novo período.
Em
Manágua, Giorgio Trucchi
© Rel-Uita
26
de junho de
2006 |
|
|
|