Durante o recente III Encontro Internacional dos
Trabalhadores da Unilever que ocorreu em São
Paulo, Sirel conversou com Artur Bueno de
Camargo, presidente da Confederação Nacional dos
Trabalhadores da Indústria da Alimentação (CNTA),
que fez um balance da atividade.
-Qual foi a importância deste Encontro?
-Foi enorme, porque tivemos a oportunidade de
conhecer como a Unilever trata os
trabalhadores e trabalhadoras do Brasil,
da Argentina e do Chile. Pudemos
comprovar que em geral as condições são iguais
para todos, só que a transnacional iguala para
baixo. Nunca tenta melhorar a situação dos
trabalhadores, já que busca sempre diminuir seus
gastos em mão-de-obra.
É por isso que do ponto de vista organizativo
estamos buscando criar uma Coordenação
Latino-Americana para poder ter um diálogo mais
frequente entre nós, e inclusive coordenar ações
no futuro.
É importante deixar de lado as diferenças que
possam existir entre as diversas entidades
envolvidas. Antes de tudo devem estar os
interesses dos trabalhadores. Isto foi o que
debatemos nesta reunião, e por isso a CNTA
e a CONTAC estão refletindo em conjunto
sobre uma forma de melhor nos organizarmos
visando enfrentar a atual conjuntura na
Unilever. Para isso, devemos ter uma
estratégia comum.
Quero acrescentar que as demissões que a
Unilever está promovendo não têm nenhuma
justificativa. As vendas se mantiveram, esta não
é a causa, e temos que investigar para
compreender qual é a razão ou a intenção destas
demissões para nos anteciparmos à empresa.
Este processo foi possível graças à UITA
que consegue atrair todos os setores
organizados, e nesse sentido quero ressaltar a
proposta surgida neste Encontro de procurar os
caminhos para abrir um espaço de coordenação
entre os sindicatos da alimentação e do setor
químico que representam os trabalhadores da
Unilever. Este caminho será possível se
realizarmos uma negociação conjunta, já que
todos somos empregados da mesma empresa.
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