No III Encontro Internacional dos Trabalhadores
da Unilever, realizado nos dias 3 e 4 de março
em São Paulo, Sirel dialogou com Siderlei Silva
de Oliveira, presidente da Confederação Nacional
dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação (CONTAC)
e integrante do Comitê Executivo
Latino-Americano da UITA.
-Como você caracterizaria os resultados deste
encontro?
-O trabalho que realizamos com a presença das
duas Confederações -CONTAC e CNTA-
junto com a Rel-UITA, foi um passo
importante. Mantivemos uma discussão aberta e
as duas Confederações adotaram uma posição clara
sobre o que deve ocorrer no Brasil.
Um desafio a ser enfrentado na Unilever é
que existem dois setores fortes que são o de
alimentos e o de químicos, cujas importâncias
são mais ou menos equivalentes, mas no Brasil,
no entanto, não há unidade entre eles.
Devemos pensar em organizar os trabalhadores por
empresa, sejam elas de alimentação ou de
produtos químicos e, portanto, temos que
trabalhar com todos os sindicatos desta
transnacional e mostrar que a empresa é uma só.
-Não será simples conseguir isso…
-É uma tarefa árdua, mas a Rel-UITA tem
uma grande experiência acumulada neste tipo de
trabalho. Nossa Internacional avançou muito na
América Latina, incrementou as filiações
e a credibilidade da UITA ajuda muito na
construção coletiva das organizações regionais
por empresa, como nos casos da Coca-Cola
e da Nestlé.
-Como está o diálogo entre as diversas correntes
sindicais que atuam neste setor?
-Esta reunião mostra avanços. Estamos notando
uma clara distensão entre as centrais; as
Confederações, que antes tinham dificuldades
para dialogar, já as superaram. Este é um
trabalho realizado pela UITA, que hoje
tem a satisfação de ver todas as suas
organizações filiadas sentadas na mesma mesa,
discutindo os temas abertamente, sem aquele jogo
de querer ganhar sempre, cada um puxando para o
seu lado. Estamos avançando em passos rápidos e,
talvez em um futuro não muito longe, tenhamos
uma única Confederação da Alimentação no
Brasil.
Estamos avançando em passos rápidos
e, talvez em um futuro não muito
longe, tenhamos uma única
Confederação da Alimentação no
Brasil. |
-Por outro lado, como estão avançando os
trabalhos na Coca-Cola?
-A Coca-Cola tem 19 franquias e mais de
20 sindicatos a nível nacional. Agora devemos
planejar uma ação frente à Coca-Cola do
Brasil e também nos vincularmos
organicamente ao movimento internacional, junto
com a Federação Latino-Americana de
Trabalhadores da Coca-Cola (FELATRAC).
No final de maio estaremos realizando um
encontro nacional, onde será designado o
Coordenador que representará o Brasil na
Federação e elaboraremos a agenda de trabalho.
Nós da CONTAC avaliamos muito
positivamente o trabalho da FELATRAC.
Continuamos convencidos de que esta nova
modalidade organizacional é a maior conquista da
Rel-UITA, que tem impulsionado esta ideia.
Temos muita capacidade instalada na Argentina,
na Guatemala e no Uruguai, muita
experiência a ser socializada. Além disso, a
eleição de Raúl Álvarez
como presidente da FELATRAC, foi outro
grande acerto.
|