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Con Manuel Cordova

 

AmBev Peru anuncia demissão coletiva de trabalhadores em sua fábrica de Sullana

 

No dia 16 de Janeiro passado, na primeira reunião de negociações, após 50 dias da apresentação da pauta de reivindicações para o convênio coletivo de 2009, os representantes da subsidiária da gigante cervejaria InBev, anunciaram a demissão em massa de 40 a 50 por cento do seu efetivo.

 

O Sirel conversou com Manuel Cordova, secretário geral do Sindicato Único dos Trabalhadores da Companhia de Bebidas AmBev Peru (SUTAMBEV), quem deu detalhes das mobilizações e denúncias que vêm ocorrendo.

 

-Qual é a situação atual na fábrica de Sullana?

-No dia 16 passado, quando chegávamos à primeira reunião de negociação sobre a pauta de reivindicações para o ano em curso, os representantes da empresa -antes de nos sentarmos- comunicaram que havia más notícias para os trabalhadores. Deveriam reduzir o pessoal em 50 por cento -o que, de concreto, representa aproximadamente 120 trabalhadores- e que isso se dava devido à situação financeira da fábrica e à crise internacional. Por outro lado, nos ofereceram uma renúncia coletiva para salvar a fábrica e, para aqueles trabalhadores que ficassem, prometeram oferecer participação nos lucros.

 

-Quais medidas vocês tomaram depois desta notícia?

-Em um primeiro momento, o anúncio nos pegou de surpresa, realmente não esperávamos, e por isso pedimos tempo e uma nova reunião de negociações para esta sexta-feira 23. Cabe destacar que a empresa se mostrou reticente em iniciar uma negociação e só conseguimos esta próxima reunião depois de muito insistir. Imediatamente denunciamos publicamente esta situação que deixou os trabalhadores de Sullana em xeque. Informamos também ao Ministério de Trabalho, que ainda não pode tomar nenhuma medida, já que a empresa não comunicou a demissão dos trabalhadores. Acionamos a Central Geral de Trabalhadores do Peru (CGTP), o PLADES e a UITA para que nos apóiem.

 

-¿Qual é a postura do SUTAMBEV?

-Nossa postura é NÃO à demissão coletiva e, por enquanto, estamos aguardando a reunião do dia 23, já que, além disso, tomamos conhecimento de que o gerente Víctor Fernández, viajou ontem (20) ao Brasil para se reunir com os diretores da AmBev.

 

-Em sua opinião, por que a demissão foi anunciada unicamente na fábrica de Sullana e não em Lima ou em Huachipa?

-Se por um lado a empresa argumenta que a demissão -em caso de ser confirmada- acontece devido à conjuntura econômica atual, pessoalmente acredito que o motivo real é o sindicato, que tem sido a pedra no sapato da companhia.

 

A AmBev está utilizando a crise financeira internacional e a pauta de reivindicações do SUTAMBEV, como desculpa para dissolver o sindicato ou pelo menos terminar com sua coluna vertebral, ou seja, os seus principais dirigentes.

 

    

Em Montevidéu,  Amalia Antúnez

Rel-UITA

22 de janeiro de 2009

 

 

 

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