Junto com a formação da Comissão Sindical de Trabalhadores da AmBev do Estado de São Paulo (COTAESP), em 17 de julho passado, foi realizado o Primeiro Seminário de Sindicatos de Trabalhadores da AmBev, nos dias 14 e 15 do mesmo mês, na sede da Federação de Trabalhadores das Indústrias da Alimentação (FETIASP).
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Deste Seminário participaram os sete sindicatos da alimentação do Estado de São Paulo que representam trabalhadores da AmBev: Agudos, Guarulhos, Jacareí, Jaguariúna, Jundiaí, Mogi Mirim e São Paulo, e o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Cerveja e Bebidas de Curitiba – Paraná, como convidado.
As palavras de boas-vindas estiveram a cargo de Melquíades de Araújo, presidente da FETIASP, de Artur Bueno de Camargo, presidente da Confederação Nacional de Trabalhadores da Alimentação (CNTA), de Neuza Barbosa de Lima, em nome da UITA e de Siderlei de Oliveira, presidente da Confederação Nacional de Trabalhadores da Alimentação, Cooperativas e Assalariados Rurais (CONTAC).
O ciclo de conferências foi aberto pelo doutor José Carlos da Silva Arouca, assessor jurídico da FETIASP, que abordou os desafios das Negociações Coletivas. José Silvestre Prado de Oliveira, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), apresentou os resultados de uma pesquisa sobre o crescimento da multinacional desde o início de suas operações em 2001, como resultado da fusão da Antarctica com a Brahma, e que deu o pontapé inicial para a expansão da Companhia de Bebidas das Américas (AmBev). Gerardo Iglesias, secretário regional da UITA, traçou os desafios do Comitê Internacional de Trabalhadores da AmBev, constituído durante a Oficina Estratégica realizada em São Paulo, em novembro de 2005.
Para Melquíades de Araújo, “Muitas empresas multinacionais são tão globais ao administrar seus negócios e colocar seus produtos no mercado mundial, e tão discriminatórias com seus trabalhadores, conforme sejam eles de um país ou de outro, ou como ocorre no Brasil, onde as diferenças convencionais variam de um estado para outro. Como mudar essa situação? - se pergunta o presidente da maior federação de trabalhadores da alimentação da América Latina-.
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Só articulando um trabalho sindical de maior volume com base na coordenação e na unidade, porque isto não pode seguir assim”, enfatizou.
O presidente da CNTA, Artur Bueno de Camargo, expressou que o “Seminário se constituiu em um espaço de unidade na reflexão que agora devemos consolidar mediante a unidade na ação. Esta experiência –acrescentou o dirigente- deve servir para impulsionar âmbitos similares frente a outras multinacionais, se é que pretendemos ser eficientes em nossa luta. O que está claro é que a fusão entre a Antarctica e a Brahma prejudicou os trabalhadores, que hoje com a AmBev são em menor número e têm piores condições de trabalho que há seis anos”.
Siderlei de Oliveira destacou a “satisfação de saber que estamos no caminho correto. Estou convencido de que muitos companheiros e companheiras ainda não tomaram consciência do importante que foram as resoluções emanadas da 13ª. Conferência Regional Latino-Americana da UITA. A aprovação, por unanimidade, da constituição de federações latino-americanas nas transnacionais onde a UITA é representativa foi um salto qualitativo. Talvez alguém tenha pensado que estavam sendo criados novos ‘aparatos’; não é assim, e este Seminário corrobora que estamos indo por um bom caminho”.
Geraldo Gonçalves Pires (Geraldinho), presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Láctea e diretor da FETIASP, manifestou que “Isto não é casualidade e tampouco é uma novidade. Desde a crise da Parmalat, trabalhamos em unidade com todos os sindicatos do país formando a Comissão Nacional de Trabalhadores da Parmalat. Junto com Siderlei e Antônio Marcos Tebom, da CONTAC, nós, das organizações filiadas à CNTA, trabalhamos em um clima de alto respeito e unidade, para o qual o papel desempenhado pela Rel-UITA foi fundamental. Agora –continuou Geraldinho- estamos muito entusiasmados com este novo desafio”.
Neuza Barbosa de Lima, secretária de Educação da FETIASP e integrante do Comitê Executivo Mundial da UITA, qualificou o seminário como altamente positivo. “Nós nos reunimos deixando de lado bandeiras políticas e com o único compromisso ideológico de defender os interesses dos trabalhadores e das trabalhadoras. Entusiasma também o fato de ver tanta gente motivada diante deste cenário marcado pela unidade e, além disso, convencida de que devemos resgatar a cultura da luta de classe. Não há outra!”, sentenciou Neuza.
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