Nesta semana,
cerca de 20 famílias que moram no assentamento da
fazenda Esperança Santa Rosa, localizada no
município de Almenara (MG), receberam ameaças de
morte do fazendeiro Manoel Francisco, antigo
proprietário da área que foi desapropriada.
No dia 07 de dezembro, nove jagunços
entraram armados e destruíram duas casas construídas
pelos trabalhadores, cortaram arames do tanque de
peixes e acabaram com as plantações de hortaliças.
Os agricultores estão na propriedade desde 2004.
O presidente da Associação do
Assentamento Esperança Santa Rosa, Manoel
Evangelista, explica que, apesar de a área ter
sido decretada de Interesse Social para fins de
Reforma Agrária desde 2006, o Incra está
demorando a liberar verbas para os agricultores. Há
quatro anos, as famílias continuam acampadas em
barracas de lona aguardando o parcelamento da área
para serem liberados.
"Já fizemos a medição da área,
inclusive a Emater já fez o levantamento das
áreas de preservação permanentes que têm na região.
No entanto, notamos a demora do
Incra em liberar os recursos para a construção
das casas", afirma Manoel Evangelista.
Para impedir que os agricultores
familiares do assentamento continuem sofrendo
ameaças, a CONTAG já denunciou o caso ao
Incra e à Ouvidoria Agrária Nacional, que se
comprometeu a enviar representantes nesta
terça-feira (9).
Na opinião do secretário de Política
Agrária da CONTAG, Paulo Caralo, esse
tipo de conflito agrário é mais um exemplo de
violência no campo que precisa ser combatido pelas
autoridades. "Se a justiça fosse mais severa,
puniríamos esses mandantes que detonaram um
patrimônio público do governo e dos trabalhadores.
Além disso, haveria uma diminuição
desse tipo de violência cometida contra os nossos
trabalhadores e trabalhadoras rurais".
Entre
as principais atividades desenvolvidas no
assentamento, estão o cultivo de feijão, mandioca e
hortaliças. Atualmente, o município mineiro de
Almenara tem cerca de 10 mil agricultores e
agricultoras familiares.
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