Brasil
Campanha Contra a
Violência no Campo
A governadora Ana Júlia Carepa assinou, nesta
quarta-feira (12), um decreto criando a Comissão
Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo (COETRAE-PA)
com o objetivo de unir esforços do governo estadual e de
entidades da sociedade civil no combate à escravidão
contemporânea.
Com o decreto, o
Pará se
tornou o terceiro Estado a criar uma instância estadual
com tal finalidade, seguindo os passos do Maranhão e
Tocantins.
A assinatura foi firmada durante a reunião itinerante da
Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (CONATRAE)
realizada no Palácio dos Despachos, localizado em Belém,
capital do Pará.
Além da governadora, estiveram presentes no ato o
ministro-chefe da Secretaria Especial de Direitos
Humanos (SEDH) da Presidência da República, Paulo
Vannuchi, e a diretora do escritório da Organização
Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil,
Laís Abramo, entre outros representantes que
fazem parte de instituições e organizações que compõem a
CONATRAE.
O ministro Paulo Vannuchi destacou a importância
da realização de um encontro no Pará, estado
brasileiro que detém o posto de campeão em número de
pessoas libertadas de condições análogas à de
escravidão, e do envolvimento do governo nesse processo.
Plano estadual
Uma proposta preliminar do Plano Estadual para a
Erradicação do Trabalho Escravo no Pará também foi
apresentada por Ana Júlia Carepa. O Plano será
discutido por integrantes do governo e representantes
sociedade civil paraense em seminário previsto para os
dias 3 e 4 de outubro e deve ser lançado oficialmente no
mês de novembro. De acordo com a proposta inicial, o
plano inclui,
por
exemplo, a capacitação de professores da rede estadual
para prevenir o trabalho escravo e o fortalecimento das
polícias civil e militar do Pará para combater esse
crime.
Outros programas do Executivo estadual, segundo a
governadora, também devem contribuir para o combate à
escravidão. Citou especialmente o Bolsa Trabalho, que
pretende atender 120 mil jovens que, sem o benefício,
acabam se tornando mais vulneráveis ao aliciamento para
a escravidão.
Ana Julia
recordou ainda que, como senadora, foi autora do
Projeto de Lei 108/2005 que transforma em lei a "lista
suja" do Ministério do Trabalho e Emprego - relação de
empregadores e empresas flagrados utilizando mão-de-obra
escrava - e proíbe aos relacionados o acesso ao crédito
em qualquer instituição financeira ou a participação em
licitações. Ressaltou
também que assinou e vem dando cumprimento à carta
compromisso contra o trabalho escravo, elaborada pela
Repórter Brasil
nas eleições do ano passado.
"Espero que a sociedade civil participe ativamente do
monitoramento do Plano estadual. Até o momento, a
formulação da proposta coube apenas à equipe do governo
do Pará", observa Xavier Plassat, representante
da Comissão Pastoral da Terra (CPT) na
CONATRAE. Segundo ele, uma análise rápida do texto
preliminar apresentado pela governadora revela alguns
riscos no que se refere ao choque de competências com o
governo federal e as iniciativas de geração de emprego e
renda precisam ser melhor analisadas para verificar sua
efetividade.
Pacto
federativo
Idealizado pela OIT, a iniciativa de um pacto
entre governadores pela erradicação do trabalho escravo
recebeu o suporte do governo do Pará. Ana Júlia
declarou que já encaminhou cópias de uma proposta
redigida pelo sua administração para os governadores de
outros estados com alta incidência de uso de trabalho
escravo ou que são grandes fornecedores dessa
mão-de-obra: Piauí, Maranhão, Tocantins, Bahia e
Mato Grosso.
Agência CONTAG
13 de setembro de 2007 |
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Fonte: site
Repórter Brasil
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