O
secretário de Ação Sindical Internacional da Federação Estatal de Comércio,
Hotelaria e Turismo das Comisiones Obreras (FECOHT - CCOO), Fernando Medina,
contou com detalhes para Sirel as suas primeiras impressões sobre os resultados
da Conferência “Cadeias de hotéis espanholas na América Latina e Liberdades
Sindicais” realizada recentemente em Buenos Aires.
“Por conta de uma
avaliação que será feita mais adiante para se ver os resultados concretos desta
reunião, podemos destacar três coisas: a primeira é que o relatório apresentado
pela Rel-UITA é uma ferramenta verdadeiramente útil, já que permite
conhecer bem uma realidade que pretendemos transformar e, como foi dito no
encontro, é necessário aprofundar e ampliar ainda mais esse relatório.
Outra conclusão é
que pela primeira vez foi abordado, no marco da Secretaria Regional
Latino-Americana da UITA, especificamente o problema das transnacionais
espanholas da hotelaria e os problemas que existem em
vários países para criar e manter organizações sindicais.
Em terceiro lugar
destaco o grau de compromisso das federações e sindicatos da hotelaria da
região, e também achei muito interessante a presença de alguns companheiros e
companheiras do setor da restauração coletiva – ainda que não tivéssemos tratado
diretamente dos seus problemas-, já que se trata de uma atividade que a UITA
está buscando dinamizar e organizar a nível mundial com um Grupo de Trabalho. A
integração, quando for o momento, destes companheiros do Chile e do
Brasil contribuirá para reduzir o eurocentrismo nesse Grupo”, expressou
Medina.
“No que se refere
ao meu sindicato e a mim pessoalmente –acrescentou-, a satisfação pelo
conhecimento que alcançamos com relação às transnacionais espanholas e à sua
forma de atuar nesta região, que até agora só percebíamos de uma maneira muito
intuitiva”.
“Nós da CCOO
percebemos que, no caso destas empresas transnacionais, não é suficiente uma
ação em nível nacional. Os crescentes investimentos destas cadeias de hotéis são
dirigidos para fora das nossas fronteiras e isso, de uma maneira ou de outra,
nos afeta. Se do ponto de vista da empresa é uma política de diversificação dos
investimentos, o que dá certa proteção diante das crises que possam surgir a
nível local, na área trabalhista isso pressupõe problemas.”
Há investimentos
que devem ser realizados na Espanha, mas é mais rentável realizá-los fora
-continuou Medina-. Em alguns países de América Latina estas
empresas geram práticas trabalhistas claramente retrógradas por carências
legislativas ou de organização dos trabalhadores, mas que amanhã poderiam ser
importadas para o nosso país. Não podemos falar com uma cadeia espanhola só dos
problemas na Espanha e nos esquecermos do resto do mundo. Se quisermos
ser minimamente eficazes teremos que integrar estes dois planos. Para isso
existem as nossas organizações sindicais internacionais, mas também são
necessárias e positivas estas relações bilaterais entre a CCOO e a
Rel-UITA, já que nos permite integrar perspectivas diferentes e defender
melhor os interesses de nossos filiados na Espanha, pois do contrário
isso seria muito mais difícil no futuro. Ou seja, além de expressar
solidariedade, temos também um interesse próprio nesses intercâmbios”, concluiu
Fernando Medina.
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