Brasil

Rurais encerram greve
nas unidades da Cosan

 

 

Os cerca de 600 empregados rurais assalariados que estavam em greve nas unidades industriais da Cosan na região central do Estado de São Paulo (com paralisações de há uma semana em Mineiros do Tietê, Dois Córregos, Barra Bonita e Igaraçu do Tietë) voltaram ao trabalho nesta segunda-feira, 16, após negociação em acordo coletivo de trabalho, realizada entre os sindicatos, seus representantes, e os da empresa.

 

Na negociação, os trabalhadores conseguiram a garantia dos dias parados por causa da greve, abono de R$ 200,00 (duzentos reais) aos salários de maio e junho, além de aumentos que variam de 10 a 25 por cento sobre o valor da tonelada de cana, com o preço básico de R$ 2,75 por toneladas e outros valores a maior, dependendo do grau de dificuldade para a sua colheita.

 

Houve o reajuste salarial no piso da ordem de sete por cento, o que o eleva ao preço de R$ 510,00 mensais e ainda a garantia de que o pirulito (avaliação sobre o preço da cana) passará a ser entregue em no máximo três dias – embora a reivindicação era a de que a empresa fornecesse o valor momentos antes do início do corte e que nos últimos tempos vinha apenas depois de dias de realizado o trabalho.

 

Os trabalhadores ainda não conseguiram eliminar o sistema de trabalho denominado 5 por 1, ou seja, cinco dias de trabalho por um dia de descanso – independente do dia em que esse dia de descanso venha a cair na semana. Os trabalhadores reclamam que raramente podem ter momentos de lazer com os filhos que estudam durante a semana e também porque nos finais semana precisam pagar para alguém cuidar, haja vista que não há berçários, escolas e creches no período.

 

Apesar dos poucos avanços, os trabalhadores e sindicalistas consideram que o movimento foi vitorioso, porque forçou a empresa a negociar índices acima da inflação e admitir que os preços da tonelada de cana para alguns tipos de plantação que oferecem maior dificuldade à sua colheita, além do que – conforme disse Eduardo Porfírio, da Federação dos Empregados Rurais Assalariados – FERAESP (filiada a CONTAC, CUT e UITA) – forçou a empresa a negociar e a pensar em mudanças na relação de trabalho.

 

O acordo celebrado no dia 13 de junho entre a Cosan e os Sindicatos de Assalariados Rurais e que deve vigir entre 1. de maio (data-base) de 2008 ate 30 de abril de 2009, ainda passa pelo referendo em assembléia dos trabalhadores a ser realizada nos próximos dias. Na avaliação dos sindicalistas é provável que esse acordo será referendado porque, graças ao movimento de greve, obteve algumas melhorias em relação a proposta original que apenas previa a majoração salarial em 7%.

 

Alcimir Carmo

 FERAESP -  Federação dos Empregados Rurais

Assalariados do Estado de São Paulo

17 de junho de 2008

 

 

 

 

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