Assembleia apoia as medidas 
tomadas pelo Sindicato
A greve é 
iminente!
   
Uma assembleia 
repleta, hoje pela manhã, nos arredores da fábrica da Ajinomoto em Limeira, 
aprovou a greve, motivada pela sistemática negativa da transnacional japonesa em 
negociar com o Sindicato de Trabalhadores das Indústrias da Alimentação daquela 
cidade.
O 
Sindicato foi o ponto de 
encontro do 
comando da Assembleia e das organizações irmãs de Araraquara, Sorocaba,
Piracicaba, Capivari, Itapira e Porto Feliz, que 
chegaram muito cedo para oferecerem sua força e apoio aos trabalhadores da
Ajinomoto.
 
Limeira amanheceu sob uma chuva leve, mas 
persistente, e anunciava o pior:
- Será que a água arruinará a assembleia? – 
muitos se perguntavam.
 
Quando o último 
ônibus chegou a chuva era implacável. Alguns 
encontraram proteção sob o beiral estreito da porta de entrada para a fábrica, 
outros, em grupos, se protegiam debaixo das frondosas árvores.
 
Centenas de trabalhadores e trabalhadoras 
pareciam não se preocupar com a chuva e, em silêncio, escutavam os porta-vozes 
do Sindicato e da UITA.
 
Para Artur Bueno Camargo, presidente da 
Confederação Geral de Trabalhadores da Alimentação (CNTA), "a assembleia 
foi muito positiva, e os trabalhadores não entraram na fábrica, apesar da chuva. Eles 
concordaram que, a partir de 07:30h, começaria a greve, pois é a única coisa que 
nos resta diante da intransigência da transnacional.
 
Aguardamos que 
a 
Ajinomoto 
entenda a necessidade de iniciar um diálogo de boa fé que satisfaça as justas 
reivindicações dos trabalhadores.
 
Há mais de 2 anos que  temos a intenção de 
negociar 
–disse
Arthur– e a empresa está alegando sistematicamente que são questões 
políticas do Sindicato, que as nossas 
reivindicações não são as reais reivindicações 
dos trabalhadores.
 
Hoje, na assembleia, ficou demonstrado que as 
pessoas estão dispostas a entrar em greve e que dão total apoio às nossas 
propostas", enfatizou o presidente da CNTA.
 
A 
Ajinomoto, 
uma gigante da indústria da alimentação, entre outras coisas, se nega a dar uma 
cesta básica de alimentos, um benefício generalizado entre as empresas do setor 
de alimentos e de outras tantas que não produzem alimentos.
 
Artur, também afirma: "O Sindicato também 
exige um subsídio para a compra de medicamentos, tanto 
para os trabalhadores com para suas famílias. Da 
mesma forma como acontece com a cesta básica, este subsídio é comum no Brasil, 
onde o trabalhador paga uma parte e a empresa o restante do preço do 
medicamento.
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- 
Horas extras ‘in itinere’ 
- 
Cesta básica 
- 
Subsídios para a compra de medicamentos 
- 
Pagamento extra para o horário noturno 
 
- 
Café da manhã para todos os empregados 
- 
Redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas de segunda a sexta-feira 
- 
Melhorias nas condições de trabalho | 
 
 
 
Outro ponto é o 
pagamento de horas ‘in itinere’ (percurso de ida e volta), porque há 
trabalhadores que gastam mais de 2:30h no 
trajeto de ida e volta para a fábrica. Neste 
sentido, a lei é clara: quando uma empresa está em um local de difícil acesso, 
você deve pagar o tempo de viagem. Por 
exemplo, muitas usinas de açúcar pagam em média uma hora extra por este motivo.
  
Como podem ver –Artur destaca– 
não estamos exigindo uma co-gestão administrativa da fábrica ou reivindicações 
descabidas, estamos reivindicando estes e outros benefícios que as empresas de 
menor tamanho, e sem as aspirações da 
Ajinomoto, 
negociam e aceitam sem maiores complicações. "
 
Aguardamos a empresa dar início a um processo de negociação, caso contrário, 
estamos preparados para tomar outras medidas em nível nacional e internacional. Não 
descartamos a greve, mas esperamos uma solução rápida para esta situação ", 
afirmou Artur.
 
São quase 10 horas da manhã e na sede do 
sindicato a assembleia em 
AJinomoto 
foi avaliada como um êxito. A 
chuva cai em Limeira obstinadamente: fina, sonora, inabalável como o Sindicato.