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Em junho de 2010, uma 
inspeção do Ministério do 
Trabalho (MITRAB) relevou 
várias irregularidades na 
fábrica da Nestlé (Companhia 
Centro-Americana de Produtos 
Lácteos SA – PROLACSA) 
de Matagalpa, no norte da 
Nicarágua. Agora, o 
Sindicato dos Trabalhadores 
de Produtos Lácteos SA
(SINPROLAC), filiado à UITA, 
denuncia uma nova ofensiva 
da transnacional e pede às 
autoridades que adotem 
medidas sobre o assunto. 
 Na semana passada, os 
diretores do
SINPROLAC viajaram 
para a capital e se reuniram 
com o vice-ministro do 
Trabalho, destacando a 
urgente necessidade de que a 
instituição emitisse uma 
sentença definitiva sobre o 
resultado da inspeção 
realizada em junho, na 
fábrica da Nestlé, em 
Matagalpa.
 
 "Durante a inspeção, o 
delegado departamental do 
MITRAB relevou várias 
irregularidades.  Houve uma 
primeira sentença, da qual a 
empresa recorreu, e agora 
estamos pedindo às 
autoridades que emitam uma 
resolução definitiva, 
obrigando a Nestlé a 
retificar a sua atitude, 
porque os problemas não 
foram resolvidos", disse 
para o Sirel, o 
secretário-geral do 
SINPROLAC, 
Félix Rizo.
 
 Entre os principais 
problemas, SINPROLAC 
denunciou vários episódios 
de maus-tratos e desrespeito 
contra os trabalhadores e 
mudanças nos fatores de 
aplicação para o cálculo do 
13º salário.
 
 "Houve vários casos em que 
os gerentes da empresa 
desrespeitaram os 
trabalhadores, e houve um 
episódio grave de agressão 
física contra um 
trabalhador.
 
 Na nossa reunião mensal 
exigimos que o autor deste 
ato de violência fosse 
sancionado, conforme o 
previsto no regulamento 
interno, mas a empresa não 
tomou nenhuma atitude. Além 
disso, as ofensas verbais 
são constantes", explicou 
Rizo.
 
 O secretário-geral do 
SINPROLAC também disse 
que a Nestlé, 
unilateralmente, alterou a 
forma de pagamento, afetando 
o cálculo das contribuições 
sociais.
 
 "Há um acordo interno entre 
o Sindicato e a empresa para 
que o cálculo do 13º salário 
seja baseado no salário 
real. No entanto, a partir 
do ano passado, a empresa 
começou a alterar as formas 
de pagamento e, através de 
trapaças, começou a calcular 
o 13º com base no salário 
nominal.
 
 Esta estratégia está nos 
afetando economicamente – 
continuou Rizo–, e 
estamos pedindo ao MITRAB 
que emita uma sentença 
definitiva que obrigue a 
empresa a respeitar o 
regulamento interno e os 
acordos bipartites.
 
 Precisamos de uma maior 
presença e efetividade das 
autoridades do Trabalho", 
disse ele.
 
 Em suas colocações, o 
SINPROLAC também pediu 
ao MITRAB que 
coordenasse as inspeções com 
diferentes instituições do 
Estado.
 
 "Nesta empresa produzimos 
alimentos. É necessário que 
o Instituto de Seguridade 
Social, o Ministério do 
Trabalho e o Ministério da 
Saúde realizem inspeções 
para constatar a situação da 
segurança e da higiene na 
empresa, e o Sindicato deve 
ser parte desse processo ", 
enfatizou Rizo.
 
 Por último, o 
secretário-geral do 
SINPROLAC informou que, 
no final de novembro, será 
realizada a Assembleia Geral 
do Sindicato para eleger a 
nova direção e informar aos 
filiados sobre o processo de 
redação da Lista de 
Reivindicações, a ser 
incluída na renovação do 
Convênio Coletivo que expira 
em janeiro de 2011.
 
 
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