A enorme multinacional  da alimentação anunciou na semana passada os resultados de 2007, ano em que bateu o recorde de vendas: mais 16 por cento de lucros, mais 9,2 por cento de faturamento.

A Nestlé aumentou seu faturamento em 9,2 por cento, em comparação com o ano anterior, e  atribui isto ao dinamismo das vendas do grupo em duas das regiões em que divide suas atividades: América e Ásia-Oceania-África. Em 2007, os lucros da Nestlé chegaram a 10.600 milhões de francos suíços¹, enquanto as vendas superaram, pela primeira vez, a barreira dos 100 bilhões para chegar a 107 bilhões de francos suíços (cifra ligeiramente inferior aos 100 bilhões de dólares norte-americanos).

Peter Brabeck, presidente da multinacional, em clara referência ao aumento de preços de insumos importantes para a Nestlé como lácteos, cacau ou trigo, expressou: "Conseguimos um dado histórico e um desempenho fora do comum, apesar do contexto não ter sido simples em 2007", e atribuiu também os bons resultados ao acerto de haver adquirido a Novartis Medical Nutrition e a Gerber em 2007, com as quais a Nestlé espera continuar obtendo bons resultados financeiros em 2008.

A própria Nestlé apresenta os dados da seguinte forma:

Quadro 1: Resumo:

Como é possível aumentar os lucros em 16 por cento quando o faturamento teve um acréscimo de menos de 10 por cento e os preços dos insumos aumentaram?  No caso da Nestlé, a resposta está claramente no fator mão-de-obra: os trabalhadores e as trabalhadoras da Nestlé não somente devem aumentar a produtividade, como também a multinacional continua empregando trabalhadoras e trabalhadores terceirizados, com os quais também corta os gastos em previdência social e outros benefícios que, legitimamente,. deveriam corresponder à força de trabalho.