Brasil│CODIGO FLORESTAL│DIREITOS HUMANOS
O descobrimento
agroflorestal do Brasil
O Congresso Brasileiro está prestes a aprovar lei que
libera o desmatamento, promovendo um retrocesso
histórico na legislação ambiental. Os cidadãos
brasileiros não aceitam isso. Em várias cidades as
pessoas se manifestaram no Dia da Terra contra as
alterações propostas no Código Florestal.
Basta! O povo brasileiro quer que esse Código seja
rejeitado pelo Congresso.
Se não for, resta apelar para que a presidente Dilma
Rousseff exerça o seu poder de veto, em nome do povo
brasileiro.
O Dia da Terra (22
de abril) é comemorado no mesmo dia em que se comemora o
Descobrimento do Brasil. Há 512 anos os portugueses aqui
chegaram e iniciaram a exploração dos recursos naturais.
Não é que os índios que aqui habitavam também não o
fizessem, mas a exploração não
tinha a escala estabelecida pelos europeus.
Podemos dizer que são 512
anos de desmatamento. A primeira vítima foi a Mata
Atlântica, primeira formação vegetal no caminho dos
colonizadores, já que entraram pelo litoral. Como foi a
primeira, sofreu por mais tempo e hoje é o bioma mais
ameaçado.
Hoje, nós brasileiros, membros de um Estado
independente, estamos fazendo muito pior que os
portugueses.
Nossos parlamentares marcaram hoje, 24 de abril, como a
data para acabar com o Código Florestal,
a lei que protege as florestas nacionais e que é fruto
de uma evolução na legislação ambiental que remonta ao
período colonial.
Quando o Brasil foi descoberto, já existiam leis
de proteção ambiental na Coroa que foram aplicadas à
colônia, mas diante da nossa biodiversidade, os
portugueses, apesar de exploradores, se preocuparam em
racionalizar o uso dos recursos florestais.
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Os cidadãos brasileiros não aceitam
isso. Em várias cidades as pessoas se
manifestaram no Dia da Terra contra as
alterações propostas no Código Florestal.
Gritaram para que todos ouçam aquilo que as
pesquisas de opinião já dizem há muito
tempo. |
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Em 1797 a Coroa baixou o primeiro “Código Florestal”, na
realidade um regulamento de exploração das florestas
brasileiras. O seu descumprimento implicava a aplicação
de duras penas aos infratores. Além de pagar multa em
dinheiro, eram degredados da comarca por dois anos.
Em 1800 uma Carta Régia determinava a conservação de
espécies florestais de interesse da Coroa. Para
fiscalizar o seu cumprimento e aplicar a lei foram
criados o cargo de “Juiz Conservador” e uma “Patrulha
Montada”, que foi, de fato, a primeira “Polícia
Ambiental” brasileira.
Em 1821 veio a primeira legislação sobre “Reserva
Legal”. Em todas as terras vendidas e sesmarias doadas,
um sexto da área ficava reservada aos “matos e
arvoredos”.
E é justamente durante as comemorações do Descobrimento
do Brasil que os nossos deputados querem nos roubar o
direito ao meio ambiente equilibrado. Querem anistiar
desmatadores, acabar com a reserva legal em muitas
propriedades e liberar novos desmatamentos.
Já retiraram, junto com o governo, muito poder do
IBAMA, nossa “polícia ambiental” federal. Ou seja,
estão desmontando o que começou a ser construído no
Brasil colonial. Com tantas mazelas que acometem o
país, os representantes do povo estão preocupados apenas
em estragar aquilo que foi feito de bom em prol da
coletividade.
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O falso desenvolvimento trazido pelo
agronegócio devastador tem uma única face: a
da degradação, da exploração do trabalhador
rural, do trabalho escravo, da dependência
de sementes transgênicas e do envenenamento
dos alimentos pelos agrotóxicos. |
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Nossas terras estão sendo descobertas
novamente, agora pelos latifundiários com a ajuda dos
deputados, mas de outra maneira.
A cobertura florestal está sendo arrancada junto com a
nossa biodiversidade e o nosso futuro. Só que desta vez
não são estrangeiros exploradores que se prestam a esse
papel, mas nossos próprios representantes, que também
podem estar a serviço de interesses alheios ao da nação.
Os cidadãos brasileiros não aceitam isso. Em várias
cidades as pessoas se manifestaram no Dia da Terra
contra as alterações propostas no Código Florestal.
Gritaram para que todos ouçam aquilo que as pesquisas de
opinião já dizem há muito tempo.
O Brasil não quer esse Código proposto
pelos ruralistas que só atende aos interesses do grande
capital e prejudicará as presentes e futuras gerações no
seu sagrado direito à vida, ao equilíbrio ambiental, a
um clima adequado, à conservação das águas e das
espécies.
O falso desenvolvimento trazido pelo agronegócio
devastador tem uma única face: a da degradação, da
exploração do trabalhador rural, do trabalho escravo, da
dependência de sementes transgênicas e do envenenamento
dos alimentos pelos agrotóxicos. Basta! Que esse Código
seja rejeitado pelo Congresso. Se não for, resta apelar
para que a presidente Dilma Rousseff exerça o seu
poder de veto, em nome do povo brasileiro.