Crise na Parmalat

Investidor vende 24% da Laep em leilão na bolsa

Um investidor que detinha 24,36% dos recibos de depósito (BDRs por suas siglas em inglês) da Laep, controladora da Parmalat, zerou sua participação. A operação foi anunciada na segunda-feira, quando a bolsa comunicou que 16.492 milhões de BDRs da companhia seriam colocados à venda pelo preço sugerido de R$1,70 (USD 1,0). Na operação, ontem, eles saíram por R$ 1,45 (USD 0,9).

O leilão movimentou R$ 23,9 milhões (USD 14,6 milhões), ou 81,5%  do giro do papel ontem, que foi de R$ 29,3 milhões (USD 17,9 milhões). O BDR fechou em baixa de 2,68%, exatamente a R$ 1,45. No ano, a queda acumulada é de 82%. Conforme as últimas informações societárias divulgadas pela Laep, a venda deve ter sido detonada por fundos administrados pela Gavião Investments, com sede em Delaware, nos Estados Unidos e que não tem vínculo com o controle da empresa. Também possui fatia relevante o UBS AG, com 7,24%.

A Laep, ao comentar seu desempenho no segundo trimestre, admitiu que a administração errou no ‘timing’ ao dobrar a empresa de tamanho em um momento em que o mercado estava totalmente adverso, por conta dos preços do leite, em queda por conta do superestoque da indústria. Desde junho, os bancos cortaram as linhas de crédito para a Laep.

A solução encontrada para resolver necessidades de caixa foi vender estoques, que foram construídos a preços mais altos do que os valores obtidos no momento da venda, contribuindo para elevar o prejuízo da companhia, que alcançou R$ 73,3 milhões (USD 45,0 milhões) . Agora, a empresa quer diminuir de tamanho, cortando turnos e pessoal, fechando unidades, além de outras medidas de racionalização que gerarão economias de R$ 16 milhões (USD 9,8 milhões).