A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação (CONTAC),
realizará no próximo dia 13 de janeiro, na cidade de São Paulo, um Encontro dos
Trabalhadores da Marfrig e da JBS-Friboi, os dois principais frigoríficos de
bovinos do Brasil e do mundo. Seu objetivo é traçar a estratégia de ação para
este ano que se inicia. Siderlei de Oliveira, presidente da CONTAC, dialogou com
Sirel a este respeito.
"Marfrig e JBS-Friboi
são empresas com frigoríficos espalhados por todo o país. A JBS é a maior
empresa de frigoríficos do mundo e a Marfrig é a segunda maior. Ambas têm em
comum o tratamento dado aos seus trabalhadores, que é o da pior espécie, aspecto
no qual também ocupam o primeiro lugar no mundo -
sentenciou Siderlei.
As
doenças profissionais, especialmente na JBS-Friboi, são tratadas de maneira
leviana, menosprezando os dados da realidade.
É muito irritante –continuou– que esta empresa faça publicidade em muitos meios
de comunicação, onde se apresenta como uma empresa «generosa», possuidora de um
bom produto e de uma sensibilidade social, entre outras coisas, quando trata os
seus próprios funcionários como se fossem menos do que as suas peças mecânicas”.
O presidente da CONTAC ressaltou que "Também estamos preocupados
com o fato de a Marfrig ter comprado algumas fábricas da Brasil Foods,
a qual, depois da fusão (Sadia - Perdigão), precisou se livrar de algumas
propriedades e marcas, para não ficar em posição monopolista e arriscar que a
lei brasileira objetasse a operação inteira.
O que mais nos interessa com relação a essas
mudanças de proprietários é que em cada empresa que a Brasil Foods vendeu
à Marfrig há uma média de 500 a 600 trabalhadores – afirmou Siderlei.
No total, calculamos que são 15 mil os trabalhadores que passaram de uma
empresa para a outra.
Teremos que analisar, neste Encontro, como a Marfrig está tratando a
questão dos salários e dos direitos adquiridos, já há muitos anos, por estes
trabalhadores das empresas anteriormente pertencentes à Brasil Foods.
Entendemos que a Marfrig não pode alterar os acordos e os benefícios que
estes trabalhadores já tinham conquistado nestas fábricas – enfatizou.
Também discutiremos sobre a suspensão da aprovação da Norma Regulamentadora (NR)
do setor avícola, uma decisão que tomamos em resposta a um ataque dos
empresários aos trabalhadores, à Justiça do Trabalho brasileira, ao Ministério
do Trabalho. Naquele momento exigimos uma
retratação do presidente da União Brasileira dos Exportadores de Frango,
que ainda disse ter dúvidas sobre a idoneidade dos técnicos e das autoridades
envolvidas nessa discussão. Essa retratação já ocorreu, de modo que no
Encontro discutiremos sobre a retomada do processo
de aprovação da NR", concluiu ele.
NÓS RESPEITAMOS OS TRABALHADORES,
OS CONSUMIDORES E O PLANETA...
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