Brasil

Greve em usina da região Oeste

do Estado de São Paulo

 

 

Denúncias das lideranças sindicais dos assalariados rurais e da FERAESP na região oeste do Estado de São Paulo, dão conta de que a direção da Usina Cocal, da cidade de Paraguaçu Paulista, demitiu na manha desta terça-feira, 17, grande parte dos trabalhadores migrantes que iniciaram greve no sábado, dia 14 e que paralisou as atividades de sua unidade fabril até a manhã desta terça-feira.

 

De acordo com as informações obtidas junto aos dirigentes sindicais, a greve dos trabalhadores nessa usina atingiu 60% do total de trabalhadores nesta segunda-feira e tinha previsão de maior adesão hoje. Entretanto, a demissão dos integrantes da frente grevista, composta basicamente pelos trabalhadores migrantes nordestinos, acabou esfriando os ânimos dos trabalhadores.

 

Outra medida de força do patronato, foi a obtenção, na Justiça, de medida judicial para desocupação, com força policial se necessária, da entrada principal da indústria. Pelo menos trezentos grevistas haviam ocupado o local durante o dia para promoverem protesto pacifico, porém com a obstrução ao ingresso de caminhões de cana para a moagem.

 

Acuados pelo receio de terem o mesmo destino dos migrantes, as turmas locais voltaram às atividades normais, mesmo sem receberem qualquer posicionamento da usina quanto às reivindicações.

 

Já os migrantes, todos demitidos, são de origem do Estado do Ceará. Os cerca de 205 cearenses estão no aguardo de toda a documentação e recebimento de valores referentes a rescisão contratual e devem viajar ainda nesta terça-feira para as suas cidades de origem.

 

Informações de sindicalistas rurais na região dão conta de que há ônibus fretados pela usina aguardando nas proximidades da empresa para transportá-los. Os sindicalistas protestaram sobre a forma truculenta adotada pela empresa que rechaçou o diálogo.

 

Motivos da paralisação

 

Os trabalhadores reivindicavam melhorias no piso salarial, para que dos atuais R$ 470,00 fossem elevados para R$ 560,00. Exigiam também que o valor da tonelada de cana cortada fosse dos atuais R$ 2,65 para R$ 3,37. A melhoria nas condições dos alojamentos voltados aos migrantes era também solicitada.

 

Os trabalhadores apontam ainda irregularidades que a empresa cometendo, como o excesso de faltas inexistentes dos trabalhadores; pagamento mensal do mesmo valor descrito no holerite e não o que vem sendo feito (cortadores de cana tem recebido valores bem inferiores aos especificados no holerite); holerite entregues dentro do prazo devido; e ainda exigiam que a usina cumprisse a lei e pagasse pelos dias não trabalhados justificados por atestados médicos.

 

Alcimir Carmo  e Danilo Bonfim 

 FERAESP -  Federação dos Empregados Rurais

Assalariados do Estado de São Paulo

18 de junho de 2008

 

 

 

 

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