A AmBev estaria preparando uma
demissão anti-sindical e em massa
As negociações da pauta de reivindicações do Sindicato Único
de Trabalhadores da Companhia Cervejeira AmBev Peru, filial
Sullana, (SUTAMBEV) entram na reta final e, em caso de não
prosperarem, o Sindicato solicitará a intervenção de
organizações nacionais e internacionais.
Manuel Córdova,
secretário geral do SUTAMBEV, anunciou ao Sirel
que é na próxima sexta-feira, dia 13, o último dia do prazo
para concluirem as negociações da Pauta de Reivindicações
apresentada em novembro de 2008, e sobre a qual, até o
momento, não se chegou a nenhum acordo devido à
intransigência da empresa.
“Como as negociações não estão acontecendo em bons termos,
solicitaremos a mediação da UITA e da Confederação
Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP). Duvidamos de
que a empresa mude de atitude; os gerentes viajaram a Lima e
continuam os rumores de uma demissão coletiva”, afirmou o
dirigente sindical.
“Não tememos uma demissão
arbitrária; nós estamos mobilizados,
contamos com o apoio da CGTP, do
Programa Laboral de Desenvolvimento
(PLADES), da UITA e, claro, da
população de Sullana”
(Manuel Córdova,
secretário geral do SUTAMBEV) |
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Entre as reivindicações dos trabalhadores figura a
homologação do salário com o dos operários não
sindicalizados, que em média ganham 100 dólares a mais do
que os filiados ao SUTAMBEV.
“Não podemos aceitar ganhar muito menos só porque estamos
sindicalizados. Isso é discriminação e um atentado contra o
direito dos trabalhadores à livre organização. As leis de
trabalho peruanas mais elementares estão sendo violadas”,
afirmou Córdova.
Ao se referir às ameaças de demissão coletiva, ele explicou
que a empresa não deve decidir por capricho quem será
privado de seu emprego. Também advertiu que em caso de isto
ocorrer “Ocuparemos as ruas, levaremos ao conhecimento
público as arbitrariedades de uma empresa que inclusive foi
multada pela Direção Regional do Trabalho da província de
Sullana por suas infrações em matéria de relações de
trabalho”.
Em caso de demissão coletiva, Córdova disse que “não
tememos uma demissão arbitrária, nós estamos mobilizados,
contamos com o apoio da CGTP, do Programa Laboral de
Desenvolvimento (PLADES), da UITA e, claro, da
população de Sullana”.
Entre as ações anti-sindicais da empresa figura o
oferecimento de um aumento salarial de 50 por cento para o
trabalhador que deixar de estar filiado ao sindicato.
Somam-se a isso as questionáveis e injustificadas mudanças
de horário e de postos de trabalho que a gerência impõe aos
trabalhadores sindicalizados.
Se não se chegar a um acordo, o SUTAMBEV paralisará a
fábrica desta transnacional que rompe seus compromissos e
pressiona sistematicamente as trabalhadoras e os
trabalhadores sindicalizados.
A AmBev Peru forma parte da InBev, a maior
cervejaria do mundo, produzindo para o mercado peruano as
marcas Brahma e Zenda. Possui duas fábricas:
uma de cerveja e de refrigerantes na localidade de Huachipa,
a poucos quilômetros de Lima, e uma exclusiva de
refrigerantes em Sullana, Piura, departamento localizado na
costa norte do Peru a 981 quilômetros da capital.
Durante 2008, a AmBev Peru obteve bons resultados em
suas vendas de fim de ano e já anunciou que vai transferir
sua fábrica da Venezuela para o Peru.
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