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COSTAESP quer discutir com AmBev

O programa de Participação nos Lucros e Resultados

e o Programa de Excelência Fabril

 

Hoje o programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da AmBev não atende aos requisitos da Lei 10101/00 e se torna assim uma ferramenta de assédio e imposição de metas, sendo que muitas delas fora da realidade de cada unidade fabril.

 

As referidas metas já não são discutidas com os trabalhadores e as trabalhadoras, nem existe uma comissão que represente o chão-de-fábrica e o valor da PLR. A participação nos lucros ou resultados não é igual entre as unidades fabris, pois o valor que cada unidade recebe depende de um ranking feito a partir de auditoria promovida por representantes da própria Empresa. Não existe sequer uma comissão formada e eleita pelos trabalhadores e trabalhadoras para que possam acompanhar este processo.

 

O assédio nas auditorias é constante, desde a nomeação dos trabalhadores que irão passar pela auditoria do Programa de Excelência Fabril (PEF), até os funcionários que são afastados de seus postos de trabalho ou mudados de horário no dia da auditoria, por serem taxados de pessoas que não têm condições de atuar frente à auditoria.

 

A carga de trabalho também aumenta às vésperas

da auditoria do PEF

 

As áreas passam dias dobrando a jornada de trabalho para colocar a documentação em dia. Os trabalhadores e trabalhadoras são orientados a assinar listas de padrões e treinamentos que sequer foram realizados, visando não perder pontuação na auditoria. Também é feita uma maquiagem, sendo a fábrica totalmente arrumada, com pintura de guias, piso, para tirar o triste e mau aspecto do local em que se convive durante o ano.

 

As auditorias são um exemplo do assédio moral pelo qual o trabalhador e a trabalhadora da AmBev passam. São discriminados ou por não saber se portar em uma auditoria do PEF, ou por motivo de timidez ou por se mostrar tenso no momento. Quando isso acontece, ele ou ela é posto de lado durante o processo de auditoria, porque não desempenhou bem o seu papel naquele momento, apesar de ter sido indicado para estar aí. Nesses casos, é típica a acusação de que se a auditoria foi mal, se deve a “fulano” não ter ido bem e ter feito a fábrica perder pontos.

 

O PEF e suas metas são os responsáveis pelo impedimento de uma política de valorização do trabalhador da AmBev. O atrelamento às metas, para que as promoções sejam concedidas, tem levado a que muitos trabalhadores e trabalhadoras fiquem anos sem receber promoções nem enquadramento de cargo e salário.

 

  

COSTAESP

Rel-UITA

            26 de agosto de 2008

 

 

 

*Comissão Sindical dos Trabalhadores da AmBev do Estado de São Paulo

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