-Por que a sua presença neste ato?
-Estou aqui para apoiar este movimento e manifestar minha indignação diante do
cinismo de uma empresa transnacional que chegou aqui para explorar os
trabalhadores e trabalhadoras. Muitos desses trabalhadores da CARGILL são
índios que realizam as piores tarefas e as mais perigosas.
No momento em que
ocorre a morte de Marco Antônio Pedro devido a um acidente, do qual a
empresa deve responsabilizar-se, a CARGILL, de uma maneia insana, culpa o
trabalhador dizendo que morreu num ato suicida. Por isso estou aqui, em
solidariedade com o povo indígena e com todos os trabalhadores e trabalhadoras
desta empresa, que executam suas tarefas em condições extremamente penosas.
-O senhor manifestou um grande
repúdio à acusação de suicídio, por quê?
-Os casos de suicídio se dão em outros povos indígenas de Mato Grosso do Sul,
comunidades como a guarani - kaiowa que chegaram a extremos com a perda da
perspectiva de sua existência, submetidos à violência cotidiana, onde a vida
física e cultural destes indígenas está sendo destruída, o que equivale a um
genocídio.
Agora bem, com total propriedade posso dizer que, em todos os anos que tenho
trabalhado aqui, não se conhece um só caso de suicídio no Povo Terena. Eles têm
outras estratégias de relacionamento com o branco, por isso é impensável a
possibilidade de um suicídio.
Em Sidrolândia, Mato Grosso do Sul, Gerardo
Iglesias
© Rel-UITA
7 de agosto de 2007 |
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