Os cerca de 500 empregados rurais
canavieiros da Usina Zanin em Araraquara
voltaram ao trabalho na lavoura, depois de
três dias de greve por melhores salários e
condições de trabalho. Eles conseguiram
parte das reivindicações, porém,
consideraram avanço. O reajuste salarial
concedido em maio em 7% agora chegou aos 10%
e elevou o salário normativo (piso) de R$
535,00 para R$ 550,00 (340 e 349 dólares
respectivamente).
Também os preços da cana, para fins de
cálculo de colheita por produção tiveram
significativo aumento. O metro linear da
cana em pé, passou de R$ 0,15 para R$ 0,30
centavos (0,09 e 0,20 centavos de dólares
respectivamente) Já a tonelada foi dos R$
3,13 para R$ 3,21 (2 e 2,03 dólares
respectivamente) e a cana que apresenta
maior dificuldade para o corte, conhecida
como "rolo", foi de R$ 3,17 para R$ 3,51
(2,01 e 2,23 dólares respectivamente).
A empresa ainda concordou com a formação de
comissão de trabalhadores -um por turma-
para a participação na comissão de
negociação que referendará o acordo
mencionado, bem como a estabilidade no
emprego de seus membros até o final deste
ano (quando vence o contrato), além de pagar
as diárias nos dias de paralisação.
Um acordo entre a empresa e os trabalhadores
foi estabelecido no sentido de apenas
descontar 12 horas de paralisação, sendo que
essas serão parceladas, ou seja, 4 horas em
agosto, 4 em setembro e 3 em outubro.
"Consideramos o acordo razoável, pois,
conseguimos parte das reivindicações que
também incluíam a redução de jornada para 40
horas semanais, mas, esse objetivo
continuará a ser perseguido em negociações
futuras", disse Claudinei Cananéia
Ramos, presidente do Sindicato dos
Empregados Rurais Assalariados em Gavião
Peixoto.
Conforme ainda disse o sindicalista, "a
greve envolveu trabalhadores de toda a
região de Araraquara, com destaque para as
turmas de Gavião e Boa Esperança do Sul,
onde o movimento se iniciou e que chegou
ficar tenso com a presença da polícia. Porém,
com a presença dos diretores dos sindicatos
e da Federação dos Empregados Rurais
Assalariados no Estado de São Paulo,
FERAESP, a empresa pediu a retirada da
força policial e veio à mesa de negociação".
O movimento dos trabalhadores na Usina Zanin,
em passado recente, conseguiu que fosse
suspenso o sistema de trabalho conhecido
como 5 por 1 (cinco dias de trabalho por um
de descanso), que causava enormes prejuízos
-especialmente emocionais- aos trabalhadores
porque a folga caia em qualquer dia da
semana, quando esposa e filhos dos
cortadores de cana não se encontravam em
casa, por conta do trabalho e escola. A
folga agora é nos domingos, porém, os
trabalhadores querem acrescentar também os
sábados.
"A vida do trabalhador é trabalhar e lutar
para conquistar ou manter os seus direitos
e, nós, seus representantes sindicais para
apoiar essa luta e encaminhar suas
reivindicações", finalizou Ramos.
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