Brasil

Cortadores de cana em Paraguaçu

Paulista mantém paralisação

 

Empresa não negocia e dificulta atuação do Sindicato;

 Cortadores de cana organizam marcha até a entrada

da Cocal para reivindicarem melhorias

 

Trabalhadores rurais do setor de corte de cana da usina Cocal, instalada em Paraguaçu Paulista, intensificaram a mobilização grevista nesta segunda-feira, 01/07. De acordo com a direção do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Paraguaçu Paulista e a Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (FERAESP/CUT), pelo menos 80% dos cortadores de cana aderiram ao movimento e encontram-se mobilizados próximos à indústria.

 

Os demais cortadores ainda permanecem nos canaviais, mas podem engrossar as fileiras do movimento nas próximas horas.

 

Ainda segundo o Sindicato, a empresa estaria dificultando o acesso dos sindicalistas até as frentes de trabalho nos canaviais. "A empresa distribuiu caminhões e maquinários pesados por todos os lados, obstruindo nossa passagem pelos carreadores [trilhas abertas em meio ao canavial para passagem de veículos] impedindo assim nossa chegada até as turmas de trabalhadores", disse Rubens Germano, diretor da FERAESP, que se encontra no local.

 

Mesmo com as dificuldades de acesso, Sindicato e trabalhadores estão se comunicando via telefone celular e organizando uma marcha, que sairá do canavial e culminará na entrada principal da empresa. Na ocasião, irão reafirmar as principais reivindicações da categoria, que são o reajuste do piso salarial para R$ 560,00, bem como a remuneração de R$ 3,37 por tonelada de cana colhida pelos trabalhadores - a título de pagamento por produção.

 

Até o momento, a direção da Cocal não demonstra qualquer intensão de negociar com os manifestantes. E esta vem sendo a política adotada desde que teve inicio os movimentos reivindicatórios.

 

Há duas semanas a empresa demitira 205 trabalhadores migrantes cearenses em represália a paralisação que durou três dias. Na mobilização grevista verificada na semana passada, a empresa solicitou força policial, que compareceu em bom número, numa tentativa de intimidar os trabalhadores rurais que ocupavam o portão principal de acesso a desistirem do manifesto.

 

Danilo Bonfim

 FERAESP -  Federação dos Empregados Rurais

Assalariados do Estado de São Paulo

27 de junho de 2008

 

 

 

 

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