Uruguai

EN DIALOGO

Com Gustavo Sotelo

O sindicato conseguiu efetivar
mais 74 trabalhadores

 

Após quase um ano de discussões, intermediadas pelo Ministério do Trabalho, a transnacional tem respondido às reclamações do Sindicato. Nos últimos oito meses foram efetivados 199 trabalhadores, dos quais 74 o foram nesta última semana. Este é um processo em conformidade com a política da Federação Latino-Americana de Trabalhadores da Coca-Cola (FELATRAC), para reduzir ao máximo o número de trabalhadores terceirizados.
 

Sirel dialogou com Gustavo Sotelo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Coca-Cola (STCC), para saber o alcance destas conquistas e os passos a seguir.
 

-Como vocês se sentem com respeito a este novo objetivo alcançado?
-Estamos muito satisfeitos com as conquistas obtidas, apesar de estarmos cientes de que ainda há um longo caminho a percorrer.
 
Isto é fundamental
para a estabilidade no emprego para estes 199 trabalhadores, para suas famílias, para o próprio Sindicato e para a Federação dos Trabalhadores e Empregados da Bebida (FOEB), devido ao importante precedente sentido pelo Uruguai.
 
Não devemos esquecer que, durante a crise econômica de 2002-2003 neste país, a Coca-Cola, como muitas outras empresas, aproveitou-se da conjuntura para implementar medidas muito desfavoráveis aos trabalhadores: o trabalho terceirizado, temporário, informal e sazonal estiveram na ordem do dia.
 
-Com quais objetivos vocês pensam projetar o trabalho do Sindicato a partir de agora?
-Um dos pontos mais importantes a ser trabalhado é a mudança de geração, já que um número importante de companheiros se aposentam e a organização perde a capacidade que lhe é dada por tantos anos de militância e lutas compartilhadas.
 
É necessário transmitir aos novos
companheiros os conhecimentos e a história de nosso Sindicato e do movimento operário uruguaio, a fórmula para não se esquecer de onde viemos e qual é o propósito da organização.
 
Por outro lado, devemos continuar trabalhando para reduzir o número de trabalhadores em condições precárias de trabalho, como é o caso dos terceirizados. Tentar recuperar espaços perdidos, como os setores de limpeza e segurança que anteriormente foram ocupados por trabalhadores permanentes da
Coca-Cola, é um dos objetivos principais.
 
Embora esses trabalhadores da limpeza e da segurança não estejam filiados ao STCC, o Sindicato os apoia e os representa como se fossem filiados.
 
A gerência está consciente disso, e por esta razão o Sindicato é consultado em cada uma das ocasiões em que devam ser discutidos os aspectos inerentes aos trabalhadores dessas empresas terceirizadas.
 
O processo de reversão da terceirização é o grande desafio para a organização sindical, a curto prazo.

 

 

  

Em Montevidéu, Laura Madero

Rel-UITA

3 de junho de 2011

 

 

 

 

Fotos: Darío Falero

 

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