O fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, conhecido como
Taradão, foi denunciado criminalmente pelo
Ministério Público Federal (MPF) no Pará por
grilagem e tentativa de estelionato, disse a
assessoria de imprensa do MPF. Taradão
responderá ao processo na Justiça Federal em
Altamira (PA) e pode ser condenado a penas
que variam entre seis meses e 15 anos de prisão.
Por essa mesma acusação, o fazendeiro chegou a ficar preso
preventivamente por 53 dias, mas obteve um habeas
corpus e foi solto por decisão do Tribunal Regional
Federal da 1ª Região no último dia 18 de fevereiro.
As terras que Taradão tentou grilar são do lote 55 - área de
3 mil hectares, em Anapu (PA), da qual o fazendeiro
já tentou se apossar, no final dos anos 90, e pela
qual um grave conflito fundiário se instalou,
culminando com o assassinato da missionária
americana Dorothy Stang, em fevereiro de
2005.
O fazendeiro é acusado de ser o principal mandante
do crime, mas até hoje não foi julgado.
Existe na web o Comitê Reginaldo é Inocente (veja),
onde Taradão, amigos e familiares apregoam a
inocência de "Taradão".
- Reiteradamente o réu vem com seu poder econômico, utilizando-se
da violência, ameaça, constrangimento e fraude para
cometimento de crimes relativos a apropriação da
área da terra pública consistente no lote 55 da
Gleba Bacajá, na região da Transamazônica, diz o
procurador Rodrigo Timóteo Costa e Silva na
denúncia.
Segundo o MPF, a última tentativa de grilagem das terras do
lote 55, que levou Taradão à cadeia no final
do ano passado, aconteceu em uma reunião no
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra) em Altamira, no dia 28 de outubro de 2008,
quando ele convocou os trabalhadores rurais que
moram no lote, pagou suas passagens e a estadia na
cidade, para convencê-los de que era proprietário
das terras.
A reunião foi registrada em ata. No documento, fica claro que
Taradão declarou ser proprietário da área e
propôs aos trabalhadores a divisão das terras, para
que cada família ficasse com uma pequena parte e os
dois terços restantes fossem liberados para
exploração econômica pelo fazendeiro. Em troca,
prometeu construir escola e hospital.
O MPF afirma que o lote inteiro é propriedade da União,
tendo sido transformado em assentamento de reforma
agrária meses depois da morte de Dorothy Stang.
Para provar seus supostos direitos sobre a área,
Taradão costuma apresentar um documento de
registro das terras que não tem valor legal, segundo
o MPF. Por esse motivo, além da acusação de
grilagem, ele enfrentará a acusação de tentativa de
estelionato.
Altino Machado
Tomado de amazona.org.br
12 de marzo de 2009
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