Em um imbróglio que parece não ter fim, a defesa de
Vitalmiro Bastos de Moura,
o “Bida”, condenado como um dos mandantes da morte
da missionária americana
Dorothy
Stang,
pretende pedir novamente a anulação do júri popular
que condenou o réu a 30 anos de prisão no último dia
12 de abril. Os advogados alegam que houve
cerceamento da defesa do fazendeiro e pretendem
contestar inclusive a atuação do juiz
Raimundo Flexa
no julgamento.
Segundo
Arnaldo Lopes,
advogado de defesa de
Vitalmiro,
ontem mesmo eles protocolaram no Tribunal de Justiça
do Estado, um pedido de cópia da fita de gravação do
julgamento. Ele diz que a gravação dará subsídio
para o habeas corpus que ele irá impetrar no mesmo
TJE de que o julgamento foi arbitrário. “Nem
todas as questões abordadas no julgamento foram
consagradas em ata”, afirma. “Primeiro, o juiz
disse que deu a palavra que aconteceria o
julgamento, ele não pode fazer isso. A Defensoria
Pública também manifestou não conhecer o processo”.
Ele nega que tenha havido manobra jurídica para
adiar o processo. “Não pode dizer que seria uma
manobra da defesa, isso teria que ser provado. Isso
seria leviano da minha parte”, assinalou.
Lopes
justificou dizendo que
Eduardo Imbiriba
era o advogado, mas por questões de prerrogativa
dele, ele decidiu sair do processo e
Bida
teve que constituir nova defesa. “No dia do
julgamento, recebi o subestabelecimento do
Eduardo,
documento no qual o advogado passa a defesa para
outro, assinado pelo próprio
Vitalmiro
e como estava assumindo a defesa naquele dia”,
lembra.
O defensor alega que pediu um prazo razoável ao
juiz, de no mínimo dez dias, para analisar o
processo. “A lei diz que se o advogado de defesa
não comparece, o juiz adia e intima a Defensoria
Pública. Só que eu estava lá, estava presente e o
juiz pediu para me retirar do tribunal”, defende-se.
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