Continuando um processo, que começou na Europa e prosseguiu
na Ásia, a IBM Costa Rica se encarregará, junto com a sede
do Brasil, de administrar os recursos humanos da Unilever em
19 países da América Latina.
A IBM
Costa Rica
atenderá, junto com a sede em Hortolândia (São Paulo,
Brasil), as necessidades de uma parte da planilha de
27.000 empregados que a
Unilever
tem no continente americano.
Da Costa Rica, a transnacional norte-americana
International Business Machines, mais conhecida
pela sua sigla
IBM,
oferece serviços de subcontratação que incluem, entre
outros, a produção de programas de informática (software),
componentes de computadores (hardware) e serviços de valor
agregado como pagamento de salários, administração de
benefícios, aprendizagem em linha, seleção e contratação de
pessoal e suporte para pensionistas.
A
Unilever da América Central,
localizada na Costa Rica, é constituída por dois
locais de operação: o centro de distribuição, localizado em
Heredia, e um segundo formado pelo edifício
administrativo e pela fábrica de produção de alimentos para
as marcas Hellmann’s, Natura’s, Knorr e
Lizano, localizado em La Rivera de Belén. Em
2003, a Unilever tinha sete fábricas na região, mas a
partir desse ano centralizou 70 por cento de sua produção na
Costa Rica (alimentos) e os 30 por cento restantes em
El Salvador (artigos de higiene pessoal).
Naquele ano, a transnacional anglo-holandesa justificava sua
escolha em estudos que assinalavam que a Costa Rica
possuia as melhores condições, entre outras a estabilidade
política, o nível educacional da população e a qualidade da
mão-de-obra. Não mencionavam, mas neste país os sindicatos
são praticamente inexistentes e isto também deve ter pesado
na escolha. Os motivos para escolher El Salvador não
foram assinalados, mas é presumível que, como as outras
transnacionais, tais como a produtora espanhola de atum
Calvo,
a
Unilever
tenha considerado as vantagens de concentrar sua produção em
um país governado por um partido de direita e anti-operário
como o ARENA.
O contrato de serviço
IBM-Unilever
inclui Argentina, Brasil, Bolívia,
Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador,
El Salvador, Guatemala, Honduras,
México, Nicarágua, Panamá, Paraguai,
Peru, República Dominicana, Trinidad e
Tobago e Uruguai.
Norma Delgado,
gerente de Inteligência de Negócios da
IBM
Costa Rica,
declarou que, ao obter a conta de serviços de recursos
humanos da
Unilever,
a empresa criará novas opções de emprego em “tempos de
crise”. Neste momento, a
IBM
emprega 800 pessoas nesse país, mas “hábil declarante” não
especificou em quanto aumentarão os postos de trabalho e,
muito menos, quantos perderão seu trabalho nos 19 países
mencionados. Afinal de contas, a tão mencionada
Responsabilidade Social Empresarial não proíbe as meias
verdades.
Também foi divulgado que o projeto foi feito para que os
executivos da área de Recursos Humanos da
Unilever
se concentrassem em ações estratégicas, liberando-os das
tarefas de administração e operação das atividades. A
leitura que fazemos destas intenções é buscar com que os
executivos não se distraiam com atividades burocráticas, que
lhes impeçam de chegar à meta, aprovada em 2007, de eliminar
20 mil postos de trabalho e converter a
Unilever,
mediante terceirizações, em uma companhia virtual.
Os trabalhadores e trabalhadoras da
Unilever
em todo o mundo conhecem de sobra a natureza e as
consequências das ações estratégicas dos gerentes de
Direitos Humanos. Se você tem algum conhecido que trabalha
nesta companhia, pergunte a ele.
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