AmBev é pega em flagrante
Inspetor do Ministério do trabalho constatou descumprimento
A violação dos direitos dos trabalhadores da Companhia
Cervejeira AmBev Peru, devido ao descumprimento do convênio
coletivo 2008, foi constatada, segunda-feira passada, pelo
inspetor da sede regional de Sullana do Ministério do
Trabalho que visitou as instalações da empresa.
A empresa não vem reconhecendo o Convênio Coletivo assinado
no ano passado com o Sindicato Único de Trabalhadores da
Companhia Cervejaria AmBev Peru (SUTAMBEV), alegando
que este caducou em 31 de dezembro de 2008. Com isto, está
transgredindo normas legais que indicam, sem dúvida alguma,
que o Convênio continua vigente até que seja aprovado o
novo.
A AmBev Peru
faz parte da
AB-Inbev,
a maior cervejaria do mundo, e produz para o mercado peruano
as marcas Brahma e Zenda. Possui duas
fábricas, uma de cerveja e refrigerantes na localidade de
Huachipa, a poucos quilômetros de Lima, e outra
exclusiva de refrigerantes em Sullana, Piura,
departamento localizado na costa norte do Peru, a 981
quilômetros da capital.
Claudia Muchaypiña Braudy,
gerente de Pessoal, ao receber o inspetor do Ministério do
Trabalho, afirmou que as questões legais da empresa são
vistas pelo assessor jurídico Juan Carlos Cortés
Carcelen, advogado que realizou consultorias para o
Ministério do Trabalho, conforme se registra na Adjudicação
de Menor Quantia Nº 1103-Cepamc-2006.
Manuel Córdova,
secretário geral do SUTAMBEV, diante das reiteradas
negativas dos representantes da empresa em encontrar solução
para a pauta de reivindicações de 2009 – apresentada no dia
27 de novembro de 2008 - informou ao
Sirel
que, a partir do dia de hoje, 10 de março, realizarão
plantões no refeitório, na hora do almoço, e como forma de
protesto não se servirão dos alimentos.
“São sinais que enviamos à empresa para que entenda que não
vamos retroceder. Na quarta-feira 11, dia em que retomaremos
a discussão sobre a pauta de reivindicações, os
trabalhadores com esposas e filhos ficarão de plantão em
frente da sede do Ministério do Trabalho em Sullana,
onde nos reuniremos com os representantes da empresa”.
Nós, trabalhadores, “exigimos da
AmBev
respeito aos direitos trabalhistas e sindicais, o
cumprimento de seus próprios compromissos éticos e que
promova ações para o benefício da sociedade de Sullana
porque, para nós, o que a empresa diz sobre responsabilidade
social, e o que ela faz, são coisas totalmente diferentes”.
O dirigente sindical lamentou que a
AmBev,
que iniciou suas atividades em Sullana em 2004, adote
práticas condenáveis, esquecendo-se do que em 2006 a levou a
ser eleita a empresa-modelo pelo Guia Exame de Boa
Cidadania Corporativa, cujo objetivo é difundir e
promover melhores práticas de responsabilidade corporativa.
Além disso, a Companhia foi premiada por promover o consumo
responsável de cervejas e por atuar com indicadores
crescentes de eco-eficiência.
Se não chegarem a um acordo, o SUTAMBEV paralisará a
fábrica Sullana desta transnacional, que viola seus
compromissos e que hostiliza sistematicamente os
trabalhadores e trabalhadoras sindicalizados.
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